quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Da várzea para a seleção!

"Passa na cabeça aquela filme, dos momentos difíceis, da época que fiquei sem jogar profissionalmente e fui buscar meu espaço na várzea para não parar de jogar bola. Todo o empenho e dedicação de levantar cedo para treinar sozinho de manhã junto com meu tio valeram a pena. Se não fosse meu tio para me acordar cedo, eu não estaria aqui hoje. Passa um filme de tudo que aconteceu", explicou Elias, jogador do Corinthians.

Nos Leões da Geolândia, time da várzea defendido por Elias em 2006, ninguém joga de graça. Todos os jogadores recebem o mesmo salário: R$ 150 por jogo. Além do "simbólico" agrado, Elias recebia a gasolina para ir e voltar dos campos onde o time ia jogar e ainda podia comer de graça na padaria do diretor Nilton. "O Elias não comia muito não. Mas o preferido dele eram as carolinas, o doce. Aí ele comia várias", conta.

Pretendido por clubes europeus, para permanecer no Corinthians, Elias teria pedido R$ 150 mil mensais e mais R$ 1,5 milhão de luvas.

O resumo da missa é o seguinte; o valor de R$ 1,5 milhão em luvas, representa o que o cara ganhava em Carolinas na Padaria do seu Nilton. Curioso não? Este é o abismo entre a várzea e o profissionalismo.

Clique aqui e reveja o bate papo do Contos sobre várzea com o Elias

Fontes G1 e Terra

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Um TCC de raiz varzeana

Dizem que o bom filho à casa torna. Pois então, na quinta-feira passada, dia 23/09 estive na UNISA (Universidade Santo Amaro), onde me formei jornalista em 2007. Eu e meus inseparáveis companheiros Diego Viñas, Rafael Dantas e Tony Marlon fomos convidados a participar do programa Informe-se para falar do nosso glorioso TCC – O documentário Contos da Várzea, que deu origem a esse blog e que nesse ano de 2010 venceu o 1º Festival de Cinema da Várzea, evento promovido pelo NCA (Núcleo de Comunicação Alternativa) com apoio do Ministério da Cultura. Foi absolutamente especial reviver aquele ambiente que vivenciamos intensamente durante quatro “duros” mais deliciosos anos de nossas vidas. Foi extremamente emocionante ver novamente cada corredor, cada funcionário, cada sala, cada estúdio e saber que ali demos os primeiros passos e iniciamos a trajetória profissional que seguiremos para o resto da vida. Na nostalgia da lembrança permanecem os momentos mais difíceis. Momentos de cansaço, de estresse acumulado e de uma série de incertezas. Quem já trabalhou e estudou ao mesmo tempo e com pouco dinheiro sabe exatamente do que estou falando. Mas não dá para reclamar. Duros ou não, foram anos dourados, mágicos, eternos. Saber que fizemos de nosso TCC um grande legado em nossas carreiras também nos enobrece demais. Foi realmente um dia especial e eu não poderia deixar de registrar aqui, onde tudo começou.

Obrigado a você que nos lê e que faz parte da nata varzeana.

Obrigado a você que alimenta esta paixão sem precedentes chamada várzea.

É nóis!


domingo, 26 de setembro de 2010

Várzea é, ainda, celeiro de craques

Salve amigos do terrão!

Estou acompanhando a molecada da Copa Coca-Cola. É uma competição bem louca que reúne meninos de 13 a 14 anos em toda capital paulista. O terreno é a várzea, claro!

Fotos: Diego Viñas
Equipe do Anhanguera, Santo Amaro, Zona Sul

Conversei com Adrian (e não Adrien, como creditei no vídeo. Errei, foi mal), 13 anos, um meia esquerda que promete no futebol brasileiro. Pelo menos, assim todos esperam. E qual é o sonho dele? Você já sabe né? Sim, ser jogador de futebol.
Cobrança de falta para a equipe do Consideração Futebol e Samba, Campo Grande, Zona Sul

O menino tem jeito pra coisa. Joga bem, é focado e ainda diz que prefere várzea do que escolinha de futebol.

Ele foi tema da minha coluna no Jornal MAIS deste sábado (25 de setembro de 2010).

O mais legal, é que essa Copa Coca-Cola está promovendo grandes jogos e alimentando o sonho dessa garotada.

Dá gosto de ver o pessoal jogar viu!




E aí embaixo é o vídeo que gravei com o Adrian. Dá uma 'zoiada'!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Sub-versão - clipe varzeano

Salve rapaziada....
Pra quem não conhece, essa é a rapaziada do grupo de ROCK Sub-Versão. Se liga na moral que os caras dão pra várzea. Muito louco hein! Sinal que várzea não é só samba ou rap hein!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Olha eu aí

Salve amigos de lo terrón!

Nesta semana, tive a honra de bater um papo com duas queridas amigas, estudantes de jornalismo da Faculdade Metodista, que foram até a redação do diário MAIS.

Mayara (que também trabalha comigo no jornal) e Jéssica se aventuram na mesma loucura boa que cometi há cerca de 4 anos: fazer um TCC sobre futebol de várzea.

A conversa foi muito legal. Tive a chance de resgatar várias histórias e de lembrar muita coisa que ouço por aí nesses anos de repórter de tênis sujo de barro.

Se liga nesse pequeno trecho dos mais de 20 minutos que foram de papo.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Se liga: festa DoLadoDeCá e Vila Fundão

Salve rapaziada do terrão. Repasso a divulgação da querida Tati Ivanovici e reforço o convite a todos participarem do lançamento do site DoLadoDeCá lá com o pessoal do Vila Fundão, Capão Redondo, Zona Sul de Sampa.

Salve Vaguinho e Kanu!



ANOTA AE: No próximo domingo vai rolar o lançamento oficial do DoLadoDeCá na Sede da comunidade Vila Fundão, localizada no Capão Redondo, ZS de São Paulo, partir de 15h na
R. Glenn, s/n, travessa da Av. Sabin, próximo ao Metrô Capão.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Salve pessoal,

Eu prometi, mas sei que demorou. Ta aí o vídeo que gravei com os parceiros Orêia e Fumaça, lá no Campo do Palmeirinha, em Paraisópolis, Zona Sul ou Oeste (nunca sei) de Sampa.

Você sabe que eles fazem um duelo anual entre torcedores to Timão e do Tricolor? Não? Então dá uma zoiada no vídeo que eles explicam como funciona essa parada.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Massagista no terrão é...

Texto: Arthur Tirone Doutor Zé (o todo de branco, primeiro em pé da esquerda para a direita, na foto aí de cima) seria apenas mais um José não fosse seu inexplicável relacionamento com a água; dizia ser a água o único remédio capaz de curar qualquer tipo de mazela, de olho de peixe à espinhela caída. Começou jovem como massagista do Anhanguera (time da Barra Funda, Zona Oeste de Sampa). Numa das primeiras partidas em que estava no banco, um jogador chamado Pardal sofreu uma fortíssima torção de joelho, e demoraria tempos para ficar bom. Mas voltou a jogar em uma semana após o Zé ter-lhe feito uma massagem esfregando apenas água no combalido joelho. Zé, um analfabeto, passou então a ser chamado de “Doutor Zé”. Sua massagem milagreira curou, por completo e instantaneamente, várias torções, algumas luxações, um ou outro problema muscular e - há que jure - uma fratura exposta; tudo à base, pura e simplesmente, de H2O.

Fotos: Diego Viñas
Arthur é o de vermelho, o quarto de pé da esquerda para a direira (ou da direita para a esquerda rs)

Após se espalhar pelo bairro a notícia do primeiro milagre, o “Caso Pardal”, o Zé, já devidamente apelidado de Dr. Zé, aderiu à alcunha e assumiu por completo a profissão que, se não angariou em bancos universitários, afirmava, por obra do Homem, ter se formado antes mesmo de nascer. Passou então a freqüentar os jogos do Anhanguera todo de branco, dos pés à cabeça. À tiracolo levava sua maleta de primeiros socorros que continha vários frascos de água e um vidrinho com água benta para os casos mais graves. Coincidência ou não, foi a época que o sport do Anhanguera ficou mais tempo invicto (quatro anos); os jogadores não tinham receio de botar o pé, a perna e até mesmo a cabeça em qualquer dividida!

Acreditava-se que Zé incorporava o espírito de um médico morto na Primeira Guerra Mundial, que morreu afogado - daí a óbvia intimidade com a água. Passou a ser muito requisitado pela população e bateu a famosa Dona Marcina em número de benzeduras. A pedidos, abençoava a água alheia e, por causa disso, foi o maior inimigo do Padre Luis, que ficou por cinco décadas a fio à frente da Igreja de Santo Antonio.

Esses são alguns dos troféus na sede do Anhanguera. Ali tem taça da década de 30

Passou, então, a diagnosticar doenças, adivinhar a previsão do tempo e os números da loteria, tudo isso sem sucesso algum. Dr. Zé jamais deixou de ser massagista do Anhanguera e morreu tempos depois vítima de um câncer que nem sua água benta conseguiu curar.


* Texto reelaborado para coluna Contos da Várzea do Jornal MAIS

domingo, 29 de agosto de 2010

Timão x SPFC no Palmeirinha

Fotos: Diego Viñas
Essa foi demais! Jogo entre Corinthians e São Paulo no Campo do Palmeirinha. Exatamente, meu cumpadi! O negócio é o seguinte: no time do Palmeirinha, que fica na favela de Paraisópolis, na Zona Sul ou Oeste (sei lá) de SP, tem jogadores e torcedores do Coringão e do Tricolor, como muitos outros times, certo!?!

Fumaça e Orêia disputam a bola na base da amizade e da diversão

Daí os caras (Bruno, na verdade, um corintiano fanático) inventaram um duelo entre os torcedores de cada time. Por um dia, os companheiros do verde Palmeirinha vestem os uniformes de seus times de coração para esse jogaço.
Ano passado, deu São Paulo, 4x3. Agora é a revanche. Aí fui conversar com os caras aí da foto, o Fumaça e o Orêia. Fumaça são-paulino e orêia corintiano. Ah é, e o mais louco disso tudo é que nesse campão aí, juntam as torcidas organizadas da Gaviões da Fiel e Independente. Todo mundo junto, é mole?

No fim do jogo, já viu, né. Pagode rola solto e a churrascada garantida pra toda comunidade e jogadores do Palmeirinha, torcedores do Corinthians, São Paulo, Santos, Palmeiras, Lusa... quem chegar... é só chegar!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Várzea na ESPN

É malandro, a várzea tá com moral!
O parceiro Akins Kinte, diretor do filme "Várzea, a bola rolada na beira do coração", deu uma entrevista para o pessoal da ESPN, no programa Social Club. Se liga que 'loko'!

sábado, 21 de agosto de 2010

Aniversário no campo?

Tem histórias que só quem é varzeano pode passar e contar. Se liga: Gustavo Lacotiche, o Guto, completou 30 anos, no dia 20 de agosto - parabéns, mano! Ao invés de chamar a rapaziada pra um samba, um barzinho, uma balada, o cara escolheu o Campo do Benfica, que fica ali na Zona Norte, entre as pontes Vila Maria e Tatuapé.

- Lá é um lugar de fácil acesso. Escolhi um campo de várzea para ficar mais perto dos meus amigos de verdade.
Foto: Diego Viñas
Guto é o segundo de branco em pé, da esquerda para a direita, durante festa dos amigos do Cartolas da Várzea

Guto tem lá a sua “carreira” no futebol amador. Passou, por exemplo, pelo Raízes da Vila Formosa, Entre Amigos da Vila Progresso e Bento Gonçalves do Tatuapé.

- Quero deixar um ‘salve’ para Tonhão, do Ufim, lá da Zona Sul; para Ariane, do Noroeste da Vila Formosa; do Cezar, do Quebrada da Freguesia do Ó; além do pessoal do Moleque Travesso do Jardim Planalto, Vila Fundão do Capão e todos os time lá de Heliópolis - feliz aniverário!

Texto publicado dia 21/08/2010. no jornal MAIS

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Parabéns Portuguesa

Eu sei que estou atrasado aqui no blog, mas essa homenagem foi feita na coluna do Jornal MAIS, no último sábado, quando a Portuguesa de Desportos completou mais um ano de história.

Para quem não sabe, o que não faltam no futebol de várzea de SP são times que levam o nome da Lusa. Só na Zona Sul, são uns quatro. Portuguesa de Paraisópolis, do parceiro Roberto; Portuguesa da Vila Mariana, cheia de glórias; Portuguesa do Jardim Miriam, do amigo Silvio; e essa que vou mostrar pra você, da Vila das Belezas.

Fotos: Diego Viñas
Campo na Vila das Belezas levam as cores rubro verde.

Conversei com esse aí da foto, Mario Caju, presidente do time. Ele me recebeu na casa dele pra contar a história do time, que foi fundado em setembro de 1953.

Caju mora pertinho do campo, ali nas proximidades da Avenida Carlos Caldeira Filho, entre Santo Amaro e Campo Limpo, pertinho da Estação de Metrô Vila das Belezas.

Caju é de Alagoas e veio pra SP pequeno. Conheceu esse campo da Portuquesa quando tinha 9 anos.

- Usei a camisa 2 da lateral direita desse time por anos - disse.

Na casa dele, várias histórias como não poderiam faltar. Pra ajudar na coisa, um amigo dele chegou, o Miguel. Com Caju, formam a famosa dupla "Miju". Miguel é filho de um dos fundadores, o conhecido Manezinho da Portuguesa.


Seleção de 62 esteve no campo dos caras

E eles me garantiram que, na década de 80, os veteranos da Copa de 62 fizeram um jogo festa no campo da Portuguesa. O jogo contou com a presença de Orlando, Oreco, Djalma Santos, Ademar Pantera, Esquerdinha e Cesar Maluco.

- O Garrinha não veio porque já estava doente antes de falecer - garantiu Caju. E quem sou eu pra duvidar.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Colecionador de camisas

Essa eu soltei na última edição do Jornal MAIS. Troquei ideia com o Wagnão, do Consideração FS de Campo Grande. Fui lá no Campo do Anhanguera pra conhecer as mais de 80 camisas de times de várzea.
Foto: Diego Viñas

Wagner exibe parte da sua coleção no Campo do Anhanguera, Zona Sul de Sampa




Ele contou que começou a juntar do nada, há dois anos. Troca camisa daqui e dali, acabou juntando uma bela coleção.

- A gente divulga todas as quebradas aqui no bairro. O pessoal me para para perguntar de onde é aquele ou esse time que tô vestindo a camisa. E vice versa, né, mano! Quando eu dou a camisa do meu time, acabo divulgando nossa área nos quatro cantos da cidade - disse Wagner.

Depois de juntar tanta camisa, ele jura que, do time dele, ele só tem uma camisa. É mole?

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Exibição no Museu do Futebol

Sábado de manhã, no último dia de julho, o curta Contos da Várzea, de 2007, foi exibido no Museu do Futebol.

Sim, sim, sim! O que foi um suor para apresentar no TCC foi para os telões da maior referência da história do futebol tupiniquim.

Fotos: Renata Fernandes
Renato Rogenski com a camisa do Treme Terra. Eu com a do Botafogo de Guaianases. Rafael Dantas com a do Consideração de Campo Grande

Na plateia, jornalistas, pesquisadores, curiosos e amantes do futebol. Dos diretores do filme, apenas o Tony Marlon não estava porque curtia projetos na Baixada Santista. Mas estava presente em forças positivas.
Um representante de cada estava por lá. Vanessa Guaglianone, Régis Rogenski e Renata Fernandes.
O grupo agradece, de coração, o pessoal do Museu e todos do grupo Memofut, que nos fez esse maravilhoso convite. Estaremos lá sempre que precisarem.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Botafogo e a nova sede

Estive esta semana com Itamar, Mimi e Sérgio (nesta mesma ordem na foto abaixo), dirigentes do Botafogo de Guaianases, na extrema Zona Leste de Sampa.

Fotos: Diego Viñas
Nesse dia de sol, que favoreceu muito pras fotos, fui conhecer a nova sede da rapaziada, que foi inaugurada dia 21 de abril deste ano.

- Aproveitamos e comemoramos os 55 anos do nosso time - esse é Itamar, o presidente da estrela solitária do bairro

Se liga na fachada. Já tem o nome do time, toda personalizada e com o toque especial. As fitinhas verde e amarelo remanescentes da Copa misturadas com as rabiolas da molecada que aproveita as férias de julho pra soltar pipa.


Essa é a primeira parte da sede, a histórica. Ali, o pessoal reuniu os troféus, fotos e recortes de jornais. É o que chamo de Museu do Futebol da várzea. Atenção pessoal do Museu... vamos integrar essa história varzeana aí no Pacaembu, né!?!


A segunda parte não está pronta. Mas o Itamar me levou lá e contou que aqui vai ser uma parte da sede que terá banheiros, um palco para palestras e atividades culturais. Ah é, e vai ter outro andar para criançada jogar um pebolim e o pessoal do time fazer a aquele churrasco na laje. Coisa fina (como diria Itamar).
O campo do time fica a mais ou menos 1 quilômetro dali. Acho que até menos. Eles treinam a molecada no campo do CEU Jambeiro. Com direito a bandeira tremulante do time lá no alto. E dá-lhe momento emoção.

- Você está vendo esse campo aí (tô). Era um lago grande. Eu pescava peixe, a maioria lambari. (segura o choro). É... eu garantia a mistura da janta lá em casa - quem me falou foi o sábio de óculos Mimi. Cheio de histórias e contos.

Valeu rapaziada do Bota e todos de Guaianases. Ah é, essa história será contada neste sábado (24 de julho) no jornal MAIS. Passa na banca lá pra dá uma 'zoiada'.

E fique com esse aperitivo. O Neto (tá de brrrrrrincadeirrrra) quando jogou pelo Bota num jogo beneficente.

terça-feira, 13 de julho de 2010

É campeão!!!

Ainda comemorando o título do 1º Festival de Cinema de Várzea, trago um vídeo da entrega do prêmio e algumas fotos da final, disputada nos gramados do E.C. Estrela D'Alva, clube varzeano do Grajaú, e com enorme espaço no coração deste que vos escreve, visto que, quando fiz minhas primeiras coberturas no terrão, foi lá que comecei a aguçar o ouvido para bons "contos de várzea".



E logo nas primeiras aparições, fui convidado pelo Cris, zagueiro do "Parados", hoje mais conhecido como UTI, do Estrela D'Alva, para, como ele disse: "bater uma bolinha com a gente". Topei no ato, e após a aprovação de Branco e Russão, joguei por mais de seis meses. Consegui até fazer uns golzinhos e colecionei amigos, num ambiente saudável e acolhedor, porém os compromissos profissionais e a distância me afastaram precocemente dos terrões enlameados do "Estrelão". Sim, tomei a liberdade de apelidar o campo do Estrela, de "Estrelão", pela localização geográfica, que traduz literalmente o que é a várzea, já que o campo está numa área seca da represa Billings e a pequena arquibancada nos faz lembrar uma Arena.

Quem conhece o campo sabe que quando chove, adeus futebol. A represa retoma seu espaço e só enxergamos o travessão. O resto fica submerso. Água baixou, bola rolou, caso contrário, semanas se passam para que o lodo seque e permita um jogo de futebol. E quando a paciência é curta, vai assim mesmo. Veja essa foto e o estado que ficamos num domingão pós-chuva que insistimos em jogar.


Kléber e André: lama até o teto e ainda ouviram bronca do técnico "Véio"



Voltando ao título do festival, parabenizo ao Diego Viñas, "formiguinha do terrão", que enxergou a
oportunidade, inscreveu o trabalho e vislumbrou que era possível brigar pelo caneco. Parabéns ao NCA (Núcleo de Comunicação Alternativa) pela importante iniciativa e longa vida às boas ideias.








Taí a resposta de que é possível, basta acreditar!



*Fotos e vídeo: Evandro Barbosa



segunda-feira, 12 de julho de 2010

Varzeanos apostaram no Brasil

Resultado da enquete do Zé do Terrão:
Quem leva a Copa do Mundo 2010?

1. BRASIL 42%
2. Argentina 15%
3. Espanha 13%
4. Holanda 10%
5. Alemanha e Uruguai 5%
7. África do Sul 2%

Contos vence o Festival de Cinema

É, quem diria! O que era apenas um grande sonho de faculdade se tornou campeão do 1º Festival de Cinema de Várzea.

fotos: Diego Viñas
Sim, estou falando do Contos da Várzea, que deu origem ao este blog que lê...
que deu origem a muitos outros projetos, ideias geniais de, primeiro, quatro recém formados jornalistas e, posteriormente, oito verdadeiros repórteres cheios de garra.

Diego (yo), Rafael Dantas, Renato Rogenski e Tony Marlon. Quatro malucos que inventaram inventar. Arriscamos, sem medo. Luis Henrique, Evandro Barbosa, Carlos Petrocilo e Marcio Santos. Outros quatro que, tão loucos quanto a gente, também entraram no terrão.

Ta aí! O resultado disso... ou melhor... o primeiro ainda. Vamos pra cima, porque acreditamos nos contos que existem na várzea. Acreditamos nos contos da várzea.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Douglas, o Alemão que esteve na Europa

Fui recebido com muito carinho na casa do Alemão.
Sua mãe, seu pai, irmãos, esposa e até seu filho, Arthur, foram incríveis ao me receberam no lar, em plena quinta-feira a noite.
Foi ali no cairro do Campo Grande, Zona Sul de São Paulo.
Sua mãe, Dona Marlene, disse que sofreu muito quando seu filho estava na Europa:
- Deus me perdoe falar isso, mas eu torci para que não desse certo. Meu filho sofreu muito dos 17 aos 25 anos. Passou fome na Europa. Eu gastava todo meu salário ligando todos os dias para ele na Espanha e Itália. Graças a Deus ele hoje está bem - depoimento épico de Dona Marlene.

E Alemão te conta como foi isso:

terça-feira, 29 de junho de 2010

Na final do 1º Festival de Cinema de Várzea

A ideia era participar. Exibir, pela primeira vez, o documentário Contos da Várzea para o público varzeano no 1º Festival de Cinema de Várzea.

Fotos: Diego ViñasPlateia presente assistindo ao Contos

Um filme que ficou guardado desde 2007 para sair na hora certa.
Sábado, dia 26, foi umas 30 ou 40 pessoas assistirem ao Contos no campo do Danúbio, no Grajaú, Zona Sul de Sampa.

Nos pênaltis, Contos tá na final

E, claro, mais uma vez, eu estava lá. Pessoal votou e ficamos empatados. A decisão foi nos pênaltis. As duas meninas representaram cada filme e a nossa garantiu o título parcial do Contos. Da hora né? Vamos para a final e, mais importante, parabéns a todos. Grandes filmes.

Se liga nesse clipe com depoimento do Daniel Fagundes, do Núcleo de Comunicação Alternativa, o NCA, organizador do festival.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

É o fim do terrão?

Eu pensei que nunca ia dizer isso. Na coluna desta semana do Jornal MAIS eu resolvi falar sobre esse assunto que tanto me assusta. O fim do terrão!

E não tô falando do fim da várzea, não! Nessa foto, por exemplo, você vê mais uma prédio subindo perto de um campão ali na Zona Sul (campo do Anhanguera). A especulação imobiliária já foi a maior ameaça da várzea. Para mim, deixou de ser. Meu medo agora é o que li esta semana.

Foto: Diego Viñas

Campo do Anhanguera, bairro do Campo Grande, Zona Sul de São Paulo


O prefeito de SP, Gilberto Kassab (DEM) anunciou a reforma de 24 campos e CDCs na capital. Colocar sintético, iluminação e melhorar estrutura, como vestiários e tal. Ótimo!

Maaaaaas... sintético? Para quê? Sintético é tão ruim de jogar num campo tão grande! A bola rola muito, pinga mais. É zoado! Mas antes esse fosse o maior problema. Tem mais. Imagine quanto vai custar para fazer a manutenção desses campos!? "Poi Zé"!!!! Quem vai pagar? "Poi Zé".

Não Sei não, viu, amigos e amigas. Tô meio cabreiro com essa historinha de reformar campos. Bom.. espero, e muito, que isso não prejudique a rapaziada que pratica o futebol aos "domingão".

Pessoal, aliás, vamos ficar esperto com isso tudo aí hein. Lembrem-se que futebol de várzea é, às vezes, a única opção de lazer do bairro. Não vamos deixar o pessoal dominar!


Pronto, falei!

domingo, 20 de junho de 2010

Jogo no dia do Brasil na Copa?

Ah não! Essa foi demais. Amar futebol, várzea, tudo bem! Mas até em dia de jogo do Brasil na Copa? Sim, até em dia de jogo do Brasil na Copa! Olha os figuras aí: de vermelho, o pessoal do Consideração, do Campo Grande; de azul, o time do Anhanguera, de Santo Amaro. Os dois da Zona Sul.

Fotos: sim, yo... Diego Viñas

A situação era a seguinte. O jogo começou atrasado, quase umas 12h30. De lei na várzea fala aí. O problema é que duas horas depois, tinha Brasil na Copa do Mundo contra Costa do Marfim... pô gente! Vale vagas nas oitavas.

Carlos Brito (assistente nº 1 e operador de microfilmagem), Joilson Lino (árbrito e inspetor de alunos) e Raimundo dos Santos (assistente nº 2 e metalúrgico)


Foi aí que o "professor" Joilson resolveu a parada. Vamos terminar o jogo um pouco antes. Nada que fuja do regulamento claro. Mas sabe como é né... a festa tá pronta lá no bairro e ninguém pode perder.


















Um duelo bonito desse não podia acabar. Se liga nas cores. Praticamente um Gre-Nal, um Uruguai e Dinamarca. O jogo foi pegado... curto, mas pegado!

Do lado de fora, moleque soltando pipa verde e amarelo, lógico. Aqui é Brasil, truta! Quer dizer, nem pra todo mundo. Olha o Eduardo Lagartixa usando a chinelera da Argentina. Aí não hein, hermano!

O jogo foi rápido e acabou em 1 x 1. Depois, motores roncando e todo mundo correndo para o churrasco no bar do bairro. E eu fui junto. Claro, churrasco, mano!

Apesar do jogo do Brasil, a várzea não parou. E uma coisa se tornou fato: futebol é futebol em qualquer lugar. Todo mundo assiste, todo mundo torce. Não importa se é profissional, pela TV, no estádio ou no terrão. Futebol é uma magia inexplicavelmente incrível!








Dois diretores comemorando um gol. Mas um, Tadeu, do vermelho Consideração; o outro Paulão, do azul Anhanguera. Como assim? Então era gol do Brasil? Não! Não era! Era o empate do Consideração e um golaço à amizade que reina no futebol de várzea.

Aqui sim, todos comemoram o Luis Fabiano marcar o segundo, de placa, com direito a chapéu, mão na bola e bicudaça no canto. É... incrível!

E como se não bastasse esse banho de magia que tomei durante todo o domingo, Deus ainda me reserva esse pôr do sol, a caminho para a redação do jornal, de onde escreveria essa história para milhares de leitores.

Obrigado a eles, aos varzeanos, à vida!