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sexta-feira, 23 de julho de 2010

Botafogo e a nova sede

Estive esta semana com Itamar, Mimi e Sérgio (nesta mesma ordem na foto abaixo), dirigentes do Botafogo de Guaianases, na extrema Zona Leste de Sampa.

Fotos: Diego Viñas
Nesse dia de sol, que favoreceu muito pras fotos, fui conhecer a nova sede da rapaziada, que foi inaugurada dia 21 de abril deste ano.

- Aproveitamos e comemoramos os 55 anos do nosso time - esse é Itamar, o presidente da estrela solitária do bairro

Se liga na fachada. Já tem o nome do time, toda personalizada e com o toque especial. As fitinhas verde e amarelo remanescentes da Copa misturadas com as rabiolas da molecada que aproveita as férias de julho pra soltar pipa.


Essa é a primeira parte da sede, a histórica. Ali, o pessoal reuniu os troféus, fotos e recortes de jornais. É o que chamo de Museu do Futebol da várzea. Atenção pessoal do Museu... vamos integrar essa história varzeana aí no Pacaembu, né!?!


A segunda parte não está pronta. Mas o Itamar me levou lá e contou que aqui vai ser uma parte da sede que terá banheiros, um palco para palestras e atividades culturais. Ah é, e vai ter outro andar para criançada jogar um pebolim e o pessoal do time fazer a aquele churrasco na laje. Coisa fina (como diria Itamar).
O campo do time fica a mais ou menos 1 quilômetro dali. Acho que até menos. Eles treinam a molecada no campo do CEU Jambeiro. Com direito a bandeira tremulante do time lá no alto. E dá-lhe momento emoção.

- Você está vendo esse campo aí (tô). Era um lago grande. Eu pescava peixe, a maioria lambari. (segura o choro). É... eu garantia a mistura da janta lá em casa - quem me falou foi o sábio de óculos Mimi. Cheio de histórias e contos.

Valeu rapaziada do Bota e todos de Guaianases. Ah é, essa história será contada neste sábado (24 de julho) no jornal MAIS. Passa na banca lá pra dá uma 'zoiada'.

E fique com esse aperitivo. O Neto (tá de brrrrrrincadeirrrra) quando jogou pelo Bota num jogo beneficente.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Gladiador na área!

Salve rapaziada do terrão!

Hoje é dia da coluna “Quem Conta um Conto...”

Polêmico dentro e fora de campo, o atacante Kleber (Cruzeiro), vulgo Gladiador, herdou o jeito viril, a raça e a malandragem de jogar bola nos campos de terra em Osasco - SP. Odiado por uns e amados por outros, assim é Kleber Gladiador, um atleta que não tem medo de cara feia e costuma dar opiniões contundentes. Mesmo não sendo um jogador de técnica refinada, uma coisa é certa: ele sua a camisa das equipes que defende. Talvez seja por isso que as torcidas do Palmeiras e Cruzeiro o idolatram tanto. Acompanhe mais esse bate-papo com o boleiro cruzeirense:
Contos - Onde e em qual período você jogou na várzea paulistana?

Kleber – Eu joguei em Osasco (um dos 39 municípios da Grande São Paulo), numa escolinha de futebol chamada SENO, cerca de 10 anos da minha vida. Foi bacana, uma experiência bem legal.

Contos - Atualmente, alguns campos da várzea estão ganhando grama sintética, como você analisa essa mudança?
Kleber – Acho legal. Lógico que tira um pouco o charme dos campos de terra, mas fica mais bonito. Anima e incentiva um pouco o pessoal que joga, pois alguns atletas reclamam pelo fato de ser terrão. Reclamam de dores no joelho e que alguns campos são meio duros. Mas é bacana sim.
Contos - Você acha que isso pode prejudicar, roubando a imagem da várzea, ou só tem a melhorar?
Kleber – Como eu disse anteriormente, o charme será perdido. No entanto, é uma nova tendência e, talvez, chame a atenção das pessoas à prática do esporte.

Foto arquivo SENO

Kleber recebendo trofeu de artilheiro no Chile, em 1994

Contos - O que você mais recorda de jogar na várzea?

Kleber - Ficava sem comer por várias horas ou comia um pastel antes de ir pro jogo. Não tinha esse negócio de alimentação. Não respeitávamos muito o treinador. Cada um por si. Rolava muita briga nos jogos da várzea, que é normal. A experiência é muito bacana, eu me divertia bastante.

Contos - Quais as coisas que você absorveu da várzea e que te ajudaram quando chegou ao futebol profissional?

Kleber – Acho que a gente fica mais malandro jogando na várzea. Aprende a se proteger, a entrar forte numa dividida, porque o pessoal está ali por prazer e acaba chegando mais duro. Essa foi a experiência que eu trouxe para o profissiona.
Foto arquivo SENO

Dois craques em destaque no campo do SENO: Kleber e Cristiane, atacante do Santos e seleção brasileira

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Salve, rapaziada do terrão!

Tenho novidades! Hoje entra no ar a coluna "Quem conta um conto..."

Colocarei no ar as entrevistas colhidas por mim (Rafael Dantas) e meu amigo jornalista Carlos Petrocilo, especialmente para a matéria "O Terrão Sai de Campo", veiculada na edição de dezembro do ano passado, na revista Roxos e Doentes.

Quem inaugura o primeiro bate-papo é o volante Elias, do Timão. Muitos varzeanos devem conhecê-lo antes mesmo de brilhar com a camisa 07 do time mais popular de São Paulo. Já para os mais desavisados, o corintiano cansou de suar a camisa nos campos de terra da nossa querida várzea.


Carterinha do jogador na época em que era um dos atletas inscritos na Copa Kaiser

Acompanhe este papo descontraído com Elias:

Contos - Onde e em qual período você jogou na várzea paulistana?

Elias - Joguei praticamente a vida toda. Primeiro antes de ser profissional e, depois, num tempo em que parei de jogar profissionalmente, quando as coisas não andaram muito bem na minha carreira.

Contos - Atualmente, alguns campos da várzea estão ganhando grama sintética, como você analisa essa mudança?

Elias - Eu não gosto muito. Claro que o campo fica melhor, com menos burraco, mas perde muito daquilo que te faz aprender na várzea, que são as dificuldades do campo. E também o jogo no sintético fica muito rápido,a bola pinga demais.

Contos - Você acha que isso pode prejudicar, roubando a imagem da várzea, ou só tem a melhorar?
Elias - Não acho que vá mudar a imagem, mas acho que perde um pouco da mistíca.



Raça no terrão: Elias disputando a bola pela equipe do Leões da Geolândia (o time foi vice-campeão da Kaiser em 2006)

Contos - O que você mais recorda de jogar na várzea?

Elias - A parceria, as amizades que se faz. Apesar das dúvidas, era um tempo muito gostoso.

Contos - Como era a época em que você jogava na várzea? Os jogos eram muito duros?

Elias - Pô, sempre. Tem muito cara fera jogando lá. O jogo é sempre dificil, tem aquela pegada forte, os caras chegam mesmo.

Contos - Quais as coisas que você absorveu da várzea e que te ajudaram quando chegou ao futebol profissional?

Elias - Muito do domínio de bola vem desse tempo. Porque a bola vem mais viva, e você precisa dominar bem para ficar com ela. Além disso, você também vê o amor que os caras tem pelo futebol. Jogam por prazer mesmo e fazem daquilo a vida deles.