segunda-feira, 30 de março de 2009

Copa da Paz promete agitar Paraisópolis

Ainda no encontro Cartolas da Várzea, em Pirituba, na última sexta-feira, 27, além de histórias pitorescas com essa aí do relógio (texto abaixo) e lendas do mundo varzeano, a confraternização entre os boleiros teve muita cerveja, churrasco e claro, futebol. Dois amistosos agitaram a noite e a equipe Contos da Várzea acompanhou tudo bem de perto.

Depois dos jogos, muito bate papo entre os representantes dos times de várzea dos quatro cantos de São Paulo. E o que vem por aí? Pra alegria do amante do futebol... mais campeonato!!!


Tome nota: 2ª COPA DA PAZ
Quando? Estreia 18 de Abril às 13h30
Onde? Rua Melchior Giola - Campo do Palmeirinha - Paraisópolis

Prestigie!!! Nos vemos lá...

Porque a equipe Contos da Várzea não vai perder nenhum lance!!!





sábado, 28 de março de 2009

Relógio varzeano

Essa eu escutei na festa do pessoal do Cartolas da Várzea, que aconteceu neste 27 de março, sexta-feira. A nata varzeana reunida no campo do Comercial, no bairro de Pirituba, zona oeste da cidade de São Paulo.

É a história de um relógio que sobreviveu na várzea. Quem me contou foi o Julião, presidente do Arco Futebol Clube, do Jardim Consórcio, zona sul.


JOGADORES FORAM DISPUTAR UMA PARTIDA NUM CAMPO QUE NÃO TINHA VESTIÁRIO. COMEÇARAM A SE TROCAR DEBAIXO DE UMA ÁRVORE DE 1,20M DE ALTURA SÓ.


UM DOS JOGADORES TIROU O RELÓGIO E PENDUROU NUM DOS GALHOS DA PEQUENA ÁRVORE E FOI JOGAR. NO JOGO, UMA BRIGA INTENSA FEZ COM QUE ESSA EQUIPE FUGISSE NO MEIO DA DISPUTA.


NO MEIO DO CAMINHO, O JOGADOR LEMBROU "ESQUECI MEU RELÓGIO". É CLARO QUE ELE NÃO VOLTOU, AFINAL, PODERIA APANHAR BASTANTE.


QUATRO ANOS DEPOIS... EU DISSE QUATRO ANOS DEPOIS... ELES VOLTARAM NAQUELE CAMPO. DE REPENTE, ELE OLHA PRO CÉU E ENCONTRA SEU RELÓGIO, NA MESMA ÁRVORE, DESSA VEZ COM UNS 18 METROS DE ALTURA. E O MAIS INCRÍVEL, O RELÓGIO TAVA FUNCIONANDO E ACERTADO NO HORÁRIO DE VERÃO.


Estaremos por aí, nos terrões, atrás de mais contos hein! Você pode ser pego de surpresa!!!


Ab!!!

quarta-feira, 25 de março de 2009

rádio CONTOS DA VÁRZEA - # 01

A partir de hoje, o blog CONTOS DA VÁRZEA vai trazer os sons que rolam no terrão. De primeira, separamos uma série que aconteceu na estréia da Copa Kaiser durante a vitória de 1 a 0 do time de Parelheiros diante do Vila Nova, no grupo da Zona Sul.

Tem árbitro, autor do gol e bastante palavrão também viu!! Prepare o ouvido aí e divirta-se!

SUBIR NO ALAMBRADO, NÃO!!!

Foto: Diego Viñas

VAMO EMPATAR!!! OW PROFESSOR!!!


Copa Kaiser - Reclamando com juiz - Contos da Várzea

Foto: Diego Viñas

TORCEDOR CHIFRUDO


Copa Kaiser - Torcedor xingando - Contos da Várzea

Foto: Evandro Barbosa

ENTREVISTA COM FELIX - O ADMINISTRADOR DE PROBLEMAS EM CAMPO


Copa Kaiser - Entrevista com árbitro na várzea - Contos da Várzea

Foto: Evandro Barbosa


DOUGLAS - AUTOR DO GOL DO PARELHEIROS


Copa Kaiser - ENTREVISTA - Douglas - Contos da Várzea

Foto: Evandro Barbosa

segunda-feira, 23 de março de 2009

Galeria - Alegria do povo

O time perdeu o jogo no campo. A torcida perdeu a paciência na arquibancada.
Resumo da missa:
Quem tem Cuca, tem medo!

sábado, 21 de março de 2009

Vivir para Contarlo

Foto de Evandro Teixeira

Talvez por ser demasiadamente popular, o futebol consegue concentrar alguns mitos e preconceitos. Muita gente, principalmente os viajantes da teoria da conspiração, por exemplo, classificam o esporte como um meio de alienação de massa. Outros, no entanto, gênios da objetividade, conseguem ver apenas 22 pessoas correndo atrás da bola. Respeito todas as opiniões, mas acho que o futebol é muito maior que todas as teses e hipóteses. Acho inclusive, que não é possível explicar o futebol, apenas vive-lo.

Abaixo um texto genial, onde o futebol e a vida de uma família argentina se misturam. Ele foi escrito em 2004, por Mirta Bertotti, uma dona de casa de 52 anos, cheia de vida, simpática e carismática, que divide seu tempo entre a cozinha e o computador, onde atualiza o seu “weblog de uma mujer gorda”. Na ocasião, Maradona estava entre a vida e a morte no hospital, reflexo do uso excessivo de drogas.

Viver para contar
Ao Zacarias, o vi chorar três na vida. Quando lhe disseram que Nacho era menino, quando você meteu o segundo nos ingleses e quando te expulsaram da Copa de 94. Assim que, dê-se conta: graças a você descobri que o meu marido tinha sangue nas veias. Por isso, se ele reza, eu rezo. E não me importa se outra vez há de rezar por você. Nesta casa, quando meu marido diz que há que acender duas velas, acendem-se duas velas.

Você não é o santo de minha devoção, já te disse mil vezes; e sempre te achei uma boa bosta porque você é um fanfarrão, um boca suja. O Zacarias me diz que se eu gostasse de futebol seria outra coisa, que você em campo era algo inominável, de outro mundo, eras capaz de enlouquecer as leis da física e bla bla blá. Mas, por esse lado, ninguém me convence. Sou uma senhora, não entendo e nem quero entender de pelotas. Por outro lado, há outras coisas que, sim, entendo. E por essas coisas rezo as noites. Mas atenção: não é por você. Sabe por que rezo? Porque houve momentos em que não tivemos nada sobre a mesa – e você dava alegria a minha família.

Alfonsín estava fazendo estragos e, graças a Deus, justamente nos caiu do céu uma Copa do Mundo, que ganhaste de ponta a ponta. Para mim foi um inverno horrível, porque somente podia servir caldinho de acelga no almoço e no jantar. Mas se hoje pergunto ao Nacho ou Zacarias do que se recordam daquele inverno, eles falam no seu nome, enchem a boca para falar de você, sorriem... Não se recordam de outra coisa, não tem a menor idéia de que passaram fome.

Do lado de fora, na porta da clinica onde respirar por um tubinho, está cheio de jornalistas estrangeiros tirando fotos de um mundo de gente que acende velas e passa a madrugada recitando o rosário. Às vezes me dá um pouco de vergonha que o resto do mundo creia que somos tão simplórios, tão cabeludos. Mas depois me dá vontade de explicar ao mundo que ninguém reza pelo boca-suja, nem mesmo pelo fanfarrão. Tenho vontade de explicar ao mundo que, das poucas alegrias que tivemos nos últimos anos, quase todas vieram com a sua assinatura.

Como nos custa entrar em acordo em alguma coisa, rirmos ou chorarmos pelas mesmas coisas. Como nos custar cantar “Argentina, Argentina” e, ao mesmo tempo, sentir que nosso peito se estufa. E fazer força pelo mesmo, e querer ser os melhores, e se estrebuchar de raiva.

No dia efedrina sai para a rua e, te juro pelos meus três filhos, pela primeira vez na vida vi todo mundo chorando. As pessoas andavam em silêncio e com o muco escorrendo do nariz. Todo um país murcho e mudo. Que esquisitos somos! – pensei. Mas me senti orgulhosa desse sangue que era meu, porque também chorava e não sabia desde quando.

Se até o Caio, que nunca te viu erguer uma Copa do Mundo, tem um pôster seu no quarto dele – e fala de você como se te houvesse vivido. Se até o Nonno te perdoou por ter mandado à puta que o pariu toda a Itália, ao vivo e a cores. Se, inclusive, o Nacho, que odeia futebol, sabe que você é mais que isso, e te defende... Como não vou rezar para que você se restabeleça?

Dentro de muitos anos, os filhos dos filhos da Sofia viverão em um País muito melhor do que o que temos agora. E ninguém se recordará de que era um fanfarrão e um boca-suja. Os livros escolares dirão de você somente o importante: que aqui uma vez nasceu um mestiço que jogava bola como ninguém, e que era capaz de reerguer um povo triste e deixa-lo louco de alegria, de fazê-lo feliz – inclusive nas épocas mais negras. Para que não morra esse sujeito, rezo.

domingo, 15 de março de 2009

Errou? Bola na cara

Aí rapaziada do terrão... vamos ficar espertos, hein!

Pra quem sonha em jogar no profissional e receber uma proposta de um time no Uzbequistão, cuidado! Olha como funciona o treino dos caras.

Vai começar a Copa Kaiser

Dia 22 deste mês começa a mais disputada competição varzeana do país. A Copa Kaiser vai contar com nada menos do que 208 equipes dos terrões de todas as partes de São Paulo.

A zona sul levou o último título. Isso mesmo. Aliás, os atuais campeões, Nós Travamos, do Jardim Tupi, estão no grupo 7. Só na primeira fase, serão nove grupos só da zona sul.

Boa sorte a todos e a equipe Contos da Várzea estará por aí, pelos terrões, atrás de histórias dos times para os amantes varzeanos. Combinado?!?!

sexta-feira, 6 de março de 2009

Feliz dia das mulheres varzeanas

Domingo, 8 de março... dia delas... e de futebol !!!!
São os sinceros votos da equipe CONTOS DA VÁRZEA!!!

terça-feira, 3 de março de 2009

Amor entre as quatro linhas...

Alguns casais afirmam que entre quatro paredes vale tudo, ainda mais se for ao lado da pessoa amada. Até aí, tudo bem. Agora, entre as quatro linhas do campo de futebol vale tudo também? Vejam vocês que já tem gente querendo bater uma "pelada" e entrar com bola e tudo, num ambiente, digamos, nada convencional. Um casal de torcedores invadiu o campo durante a partida entre Munique 1860 e St-Pauli, pela Segunda Divisão do Campeonato Alemão. O homem e a mulher estavam praticamente nus (seus corpos eram cobertos por pinturas que lembravam os uniformes das duas equipes).






Depois do beijo dentro de campo, os dois foram retirados pela segurança. O Munique 1860 levou a melhor no jogo (disputado no domingo) e venceu por 5 a 1.

Já pensou se a moda pega? O amor é lindo, não?!

Fonte: Globoesporte.com

segunda-feira, 2 de março de 2009

Atitude anti-esportiva



Infelizmente, a várzea não está alheia à violência urbana do nosso cotidiano. Pelo contrário, ela está impregnada em nossos campos de terra batida muito mais do que se imagina. Quem nunca presenciou uma cena de extrema ignorância nos campos afora? Gente querendo ganhar a todo custo, seja na bola ou na bala. Gente que não aceita a superioridade adversária. Gente infeliz, sem alma, sem caráter, sem nada... Que quer descarregar todo seu rancor num espaço destinado à prática esportiva, à paz e confraternização. Resumindo, onde era para ser cultivada a amizade. O pior de tudo é ver que esse ato de puro descontrole partiu de quem “é responsável” por zelar pela paz: um policial militar. Segue abaixo uma notícia lamentável que aconteceu em Osasco, Grande São Paulo, ontem (dia 01 de março), extraída do portal O GLOBO: Depois de participar de um jogo de futebol de várzea, um policial militar atirou contra um jogador do time adversário, depois de agredir o irmão da vítima a coronhadas na cidade de Osasco, Grande São Paulo. O crime aconteceu em um campinho da Avenida Monte Ararat, no bairro da Bela Vista, na tarde desde domingo. O PM Alex Kasar Gabriel foi preso. O policial ficou irritado com um comentário feito por André Luiz da Silva Rúbio, de 25 anos.
Segundo testemunhas, assim que a partida terminou, André Luiz teria comentado que o jogo foi ruim porque Alex Kasar havia chutado várias bolas para fora do campo. Indignado com a observação, o policial começou a agredir André com coronhadas na cabeça. Alex da Silva Rúbio, de 29 anos, viu o irmão apanhando e se colocou entre os dois para impedir a agressão. Ao intervir a briga, Alex da Silva Rúbio levou um tiro na barriga. A vítima segue internada.

domingo, 1 de março de 2009

Galeria Ilustre Varzeano: O Anjo Irônico

No dia 28 de fevereiro, o lendário Seep Maier, completou 65 anos de vida. Para quem não conhece a fera da foto, Maier foi o maior goleiro da história do futebol alemão e campeão do mundo em 1974. Ágil como um gato, Méier de apenas 1,83m (pouco para um goleiro) parecia crescer embaixo dos paus. Excêntrico, como todo arqueiro, ganhou da imprensa o apelido de “anjo irônico”. Anjo, pelos cabelos encaracolados e pela figura simpática. Irônico, pelo bom humor característico.
Na copa de 1978 o atacante Fischer foi alvo de suas gozações. Ao ser entrevistado o atacante ouve: "Como um jogador tão ruim como você consegue jogar numa seleção campeã do mundo?", furioso o atacante quer saber quem lhe fez a pergunta, mas era Maier em mais uma de suas brincadeiras.
E como todo boleiro que se preze, a muralha germânica também começou na várzea. Quem o arrastou para as peladas, ainda menino, foi nada mais nada menos que o amigo de infância Franz Beckenbauer. Depois de uma partida de tênis, o pequeno Beckenbauer chamou Maier para jogar bola. Retraído, o “anjo irônico” disse que não tinha muita intimidade com a pelota. Solução? Foi para o gol e de lá só saiu consagrado, após uma carreira impecável.