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domingo, 20 de junho de 2010

Jogo no dia do Brasil na Copa?

Ah não! Essa foi demais. Amar futebol, várzea, tudo bem! Mas até em dia de jogo do Brasil na Copa? Sim, até em dia de jogo do Brasil na Copa! Olha os figuras aí: de vermelho, o pessoal do Consideração, do Campo Grande; de azul, o time do Anhanguera, de Santo Amaro. Os dois da Zona Sul.

Fotos: sim, yo... Diego Viñas

A situação era a seguinte. O jogo começou atrasado, quase umas 12h30. De lei na várzea fala aí. O problema é que duas horas depois, tinha Brasil na Copa do Mundo contra Costa do Marfim... pô gente! Vale vagas nas oitavas.

Carlos Brito (assistente nº 1 e operador de microfilmagem), Joilson Lino (árbrito e inspetor de alunos) e Raimundo dos Santos (assistente nº 2 e metalúrgico)


Foi aí que o "professor" Joilson resolveu a parada. Vamos terminar o jogo um pouco antes. Nada que fuja do regulamento claro. Mas sabe como é né... a festa tá pronta lá no bairro e ninguém pode perder.


















Um duelo bonito desse não podia acabar. Se liga nas cores. Praticamente um Gre-Nal, um Uruguai e Dinamarca. O jogo foi pegado... curto, mas pegado!

Do lado de fora, moleque soltando pipa verde e amarelo, lógico. Aqui é Brasil, truta! Quer dizer, nem pra todo mundo. Olha o Eduardo Lagartixa usando a chinelera da Argentina. Aí não hein, hermano!

O jogo foi rápido e acabou em 1 x 1. Depois, motores roncando e todo mundo correndo para o churrasco no bar do bairro. E eu fui junto. Claro, churrasco, mano!

Apesar do jogo do Brasil, a várzea não parou. E uma coisa se tornou fato: futebol é futebol em qualquer lugar. Todo mundo assiste, todo mundo torce. Não importa se é profissional, pela TV, no estádio ou no terrão. Futebol é uma magia inexplicavelmente incrível!








Dois diretores comemorando um gol. Mas um, Tadeu, do vermelho Consideração; o outro Paulão, do azul Anhanguera. Como assim? Então era gol do Brasil? Não! Não era! Era o empate do Consideração e um golaço à amizade que reina no futebol de várzea.

Aqui sim, todos comemoram o Luis Fabiano marcar o segundo, de placa, com direito a chapéu, mão na bola e bicudaça no canto. É... incrível!

E como se não bastasse esse banho de magia que tomei durante todo o domingo, Deus ainda me reserva esse pôr do sol, a caminho para a redação do jornal, de onde escreveria essa história para milhares de leitores.

Obrigado a eles, aos varzeanos, à vida!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

O bicho pegou e ele não aguentou!

Salve rapaziada do terrão!

Antes de qualquer coisa, gostaria de esclarecer que a intenção deste conto não é manchar a imagem de nenhum atleta/ex-atleta. Mas, como a função de todo jornalista é retratar a verdade, por mais cruel que seja, eis mais um conto para vocês. E esta história foi contada para mim e meu amigo jornalista, Evandro Barbosa.

O caso aconteceu na Vila Brasilândia, zona norte de São Paulo. O jogo era, até então, o mais importante da história do Esporte Clube Vida Loka: final da Copa Kaiser de 2008.
Para a partida, a comissão técnica teria à disposição todo elenco, os melhores jogadores, aqueles que suaram a camisa durante o torneio para chegar a esse momento tão especial. O regulamento ajudava, abria (abre) exceções para os finalistas inscreverem alguns jogadores para o jogo decisivo.

Foi aí que alguém, não se sabe quem ao certo, teve a idéia de convidar um ex-atleta, atacante com passagens pela Ponte Preta (Campinas) e Corinthians, para defender as cores do Vida Loka. Reforço de peso para um momento ímpar. Pelo menos era o que se esperava.

O campo do Nacional, que fica na rua Comendador Souza, em frente ao CT do São Paulo e Palmeiras, estava lotado, para variar.
A bola rola. As atenções e esperanças de gols estavam concentradas no matador, cujo apelido é um misto do nome próprio e uma raça de cachorro das mais ferozes que existem. A verdade é que ninguém esperava que o goleador fosse a salvação da pátria, mas, para quem já enfrentou o Pacaembu lotado, o campo do Nacional seria “uma teta” – gíria entre os boleiros.

Pois é, mas o enredo não foi bem assim. O craque sentiu a pressão que a várzea exerce sobre seus adeptos. E ele sucumbiu. Quem estava presente não acreditava no que estava vendo. Ele errou um pênalti e perdeu um gol na cara.

O pessoal do Vida Loka ficou muito louco com a situação que acabara de acontecer, pois a performance do ex-jogador colaborou para perda do título. Como acontece em toda equipe, ele não foi principal responsável pela perda do título, mas, talvez, fosse o mais famoso em campo naquele dia. Aí já viu.

Resultado: ele saiu de campo cabisbaixo e frustrado. Assim como ocorre nas grandes equipes, a torcida da Brasilândia não perdoou, soltou o verbo sem dó.
Dizem que, depois desse jogo, o atacante nunca mais deu as caras por lá. E ainda foi homenageado numa foto estampada na sede do Vida Loka. Veja abaixo:


Foto estampada na parede da sede do Vida Loka: o atacante ganhou um 'X" para esconder seu rosto


É amigo, a várzea também apronta das suas. Não é mole não!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Salve, rapaziada do terrão!

Tenho novidades! Hoje entra no ar a coluna "Quem conta um conto..."

Colocarei no ar as entrevistas colhidas por mim (Rafael Dantas) e meu amigo jornalista Carlos Petrocilo, especialmente para a matéria "O Terrão Sai de Campo", veiculada na edição de dezembro do ano passado, na revista Roxos e Doentes.

Quem inaugura o primeiro bate-papo é o volante Elias, do Timão. Muitos varzeanos devem conhecê-lo antes mesmo de brilhar com a camisa 07 do time mais popular de São Paulo. Já para os mais desavisados, o corintiano cansou de suar a camisa nos campos de terra da nossa querida várzea.


Carterinha do jogador na época em que era um dos atletas inscritos na Copa Kaiser

Acompanhe este papo descontraído com Elias:

Contos - Onde e em qual período você jogou na várzea paulistana?

Elias - Joguei praticamente a vida toda. Primeiro antes de ser profissional e, depois, num tempo em que parei de jogar profissionalmente, quando as coisas não andaram muito bem na minha carreira.

Contos - Atualmente, alguns campos da várzea estão ganhando grama sintética, como você analisa essa mudança?

Elias - Eu não gosto muito. Claro que o campo fica melhor, com menos burraco, mas perde muito daquilo que te faz aprender na várzea, que são as dificuldades do campo. E também o jogo no sintético fica muito rápido,a bola pinga demais.

Contos - Você acha que isso pode prejudicar, roubando a imagem da várzea, ou só tem a melhorar?
Elias - Não acho que vá mudar a imagem, mas acho que perde um pouco da mistíca.



Raça no terrão: Elias disputando a bola pela equipe do Leões da Geolândia (o time foi vice-campeão da Kaiser em 2006)

Contos - O que você mais recorda de jogar na várzea?

Elias - A parceria, as amizades que se faz. Apesar das dúvidas, era um tempo muito gostoso.

Contos - Como era a época em que você jogava na várzea? Os jogos eram muito duros?

Elias - Pô, sempre. Tem muito cara fera jogando lá. O jogo é sempre dificil, tem aquela pegada forte, os caras chegam mesmo.

Contos - Quais as coisas que você absorveu da várzea e que te ajudaram quando chegou ao futebol profissional?

Elias - Muito do domínio de bola vem desse tempo. Porque a bola vem mais viva, e você precisa dominar bem para ficar com ela. Além disso, você também vê o amor que os caras tem pelo futebol. Jogam por prazer mesmo e fazem daquilo a vida deles.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Várzea pintou o sete na Páscoa

Nem na Páscoa o domingo deixa de ser de futebol. Nesse dia 12 o campo do Nacional foi novamente palco de uma chuva de gols pela Copa Kaiser. Foram dois jogos e nada menos que sete gols marcados, é mole!?

E a sapecada do Cantareira de Heliópolis por 5 a 1 em cima do Pontal do Itaim Paulista garantiu a classificação dos vencedores pelo grupo 21 da Zona Leste.

No outro duelo, não deu pro Só Alegria de São Miguel, que perdeu de 1 a 0 pra rapaziada do X do Morro, de AE Carvalho. Agora, o grupo 19 da Leste tá todo embolado. Esses dois times têm dois jogos e 3 pontos cada um. Já o Sistema da Vila Carrão tem um jogo e os mesmos 3 pontos, e o Cidade Nova de São Miguel ainda não pontuou, mas só jogou uma vez também.

Aqui no Contos da Várzea, você fica ligado no que rola também na Copa Kaiser, certo!!!!

sábado, 28 de março de 2009

Relógio varzeano

Essa eu escutei na festa do pessoal do Cartolas da Várzea, que aconteceu neste 27 de março, sexta-feira. A nata varzeana reunida no campo do Comercial, no bairro de Pirituba, zona oeste da cidade de São Paulo.

É a história de um relógio que sobreviveu na várzea. Quem me contou foi o Julião, presidente do Arco Futebol Clube, do Jardim Consórcio, zona sul.


JOGADORES FORAM DISPUTAR UMA PARTIDA NUM CAMPO QUE NÃO TINHA VESTIÁRIO. COMEÇARAM A SE TROCAR DEBAIXO DE UMA ÁRVORE DE 1,20M DE ALTURA SÓ.


UM DOS JOGADORES TIROU O RELÓGIO E PENDUROU NUM DOS GALHOS DA PEQUENA ÁRVORE E FOI JOGAR. NO JOGO, UMA BRIGA INTENSA FEZ COM QUE ESSA EQUIPE FUGISSE NO MEIO DA DISPUTA.


NO MEIO DO CAMINHO, O JOGADOR LEMBROU "ESQUECI MEU RELÓGIO". É CLARO QUE ELE NÃO VOLTOU, AFINAL, PODERIA APANHAR BASTANTE.


QUATRO ANOS DEPOIS... EU DISSE QUATRO ANOS DEPOIS... ELES VOLTARAM NAQUELE CAMPO. DE REPENTE, ELE OLHA PRO CÉU E ENCONTRA SEU RELÓGIO, NA MESMA ÁRVORE, DESSA VEZ COM UNS 18 METROS DE ALTURA. E O MAIS INCRÍVEL, O RELÓGIO TAVA FUNCIONANDO E ACERTADO NO HORÁRIO DE VERÃO.


Estaremos por aí, nos terrões, atrás de mais contos hein! Você pode ser pego de surpresa!!!


Ab!!!