Contos da Várzea nasceu, de fato, para mostrar como o futebol amador tem a capacidade de contagiar as pessoas e envolvê-las em um universo único. Os campos de terra batida que ainda restam em São Paulo são fábricas de memórias, relações, romantismo, saudosismo e muita história. A precariedade aqui não é a discussão central, mais sim a interação dos personagens junto a essa atividade FAS-CI-NAN-TE. As chuteiras desdentadas pouco importam, também não interessa se a bola vai rolar no mais esburacado campo de linhas tortas e traves improvisadas com par de chinelos. Via de regra o brasileiro joga em qualquer lugar, na praia, no asfalto, no quintal ou em qualquer outro espaço igualmente democrático.
A questão aqui também não é de vida ou morte, é muito mais que isso. O brasileiro joga porque precisa jogar. Precisa vingar sua falta de oportunidade empurrando a bola para as redes. Sentir o suor escorrendo na camisa dez sob o sol do meio-dia. Livrar-se das agruras de uma semana atormentada pela pressão e pelo insucesso do cotidiano. Quem disse que futebol não é lugar para a afirmação social? O jogo é jogado para manter acessa a chama do sonho. Sim. Isso mesmo. Sonho! O futebol é o jardim dos sonhos no país da corrupção, no paraíso do desemprego, na ânsia do orgulho nacional. Sonho. Sonho. Sonho. Sonho de ascensão social, sonho de sociabilidade e sonho de fama, gol e estádio gritando.
Isso é Contos da Várzea... Os personagens que decidam por si o rumo desse sonho!
Um comentário:
Fala Rogenski!
Saudades, cara!
Várzea sempre, futebol sempre!
"Como o futebol explica o mundo", não sei se vc já leu. Vale a pena pra quem gosta das verdades por trás da pelota!
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