terça-feira, 25 de setembro de 2007

Parabéns radialista varzeano!

Para esta data especial (25 de setembro, dia do radialista), relato uma que, com certeza, vai estar nas telas do Contos da Várzea. Era um sábado bom pra gravar. Muito calor. Tanto sol que a terra laranja do campo ficava amarela da luz. Nosso personagem estava no Sete de Setembro da Freguesia do Ó. Ó? Lá na Zona Oeste, manja?

Chegando no campo, uma voz fazia-se ouvir pelo clube. Rádio? Que nada. Um locutor ao vivo. Ao vivo, mesmo! Antes do jogo, simples. Chegava nos treinadores dos times e:

- Passem a escalação e número das camisas, por favor?

Assim mesmo, com muita educaçao e discrição. É, isso, discreto! E aí, ficava na beira do campo, na linha de lateral. Ora apagava a linha já gasta, ora tropeçava no próprio fio do microfone. É rapaz, tinha microfone e alto-falante. Todo o Sete de Setembro escutava a narração empolgante daquele radialista anônimo. Daquele radialista varzeano!

Às vezes você olhava a movimentação do locutor e percebia que trocava o tempo todo de lugar com o banderinha. E quantas vezes eles se trombavam? Nenhuma! Acredita? A sincronia era quase cerebral. Claro! Um olhava para o campo - e se marcasse errado a torcida ia xingar muito - e o outro de olho na escalação - digamos, pelo mesmo motivo, porque falar o nome errado podia causar-lhe problemas. E aconteceu!

Quem é o 22?
Substituição no segundo tempo e uma troca no time do Lauzane Paulista. Sai o 10, João da Silva, entra o 22... o digníssimo... que vem com a camisa 22... o craque de bola... a esperança de gol... que entrava no campo, mas que esqueceu de entrar na lista das mãos do locutor.

- Daqui a pouco eu confirmo o número 22 pra vocês. Campo Sete de Setembro, comemorando aniversário neste que faz parte da história do futebol de várzea da Cidade de São Paulo.

O público do clube espera a confirmação do camisa 22 até hoje.

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