terça-feira, 1 de julho de 2008

O dia em que a zaga parou: chegando no campo...

Todos saíram pelo Campo Limpo, zona sul, meio que com vergonha. Verdade, verdade mesmo, não deveriam ter. Mas tinham. E muita. Deixaram Cris andando na frente. Sozinha. Vez ou outra ela se virava e tratava de apressar o grupo: vamos, meninos. Senão chegamos tarde lá. Ora, eles marcam o jogo e é ela quem dá as ordens? O que menina sabe sobre futebol? Isso, aposto, era o que pensava quase todo o grupo. Digo quase, pois eu não pensava assim. Preocupava-me mesmo o fato de ir jogar num lugar que mais parecia Smalville, após ser atingida pela nave de Clark Kent, de tão fundo que era o campo. Ah, o lugar não era lá muito amistoso. Quebrada total. Não que quebrada não seja amistosa, mas esta, especialmente, não era. Vários nos olhando com cara de reprovação. Alguns de gozação: olha lá, que time comédia. A atacante deles é uma mulher. Rá rá rá. Outros que acompanhavam de bicicleta a nossa chegada estavam era mesmo hipnotizado. Lembra-se você que Cris era loira, linda e de olhos verdes. E os meninos se espantavam com isso. Tão linda. Tão mulher e jogando bola. Que estranho. Pensava: deixa-os falarem. A gente só joga. Na verdade a gente devia mesmo era rezar. E eu sabia disso. Escrevo isso, pois neste momento me lembrei de quando o time adversário entrou em campo...para eles o de jogo. Na minha cabeça praticamente o de extermínio. Que isso, meu Deus...que isso...
Continua no domingo. O de verdade.

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