Na várzea
- Que cara? O de azul?
- Não porra, aquele... – disse Ademar batendo com força a mão na coxa e apontando – aquele... junto com o outro...
- Junto com o outro? – Paulo se levantou para procurar melhor – Ah tá... aquele com o outro... que que tem? – ainda sem saber de quem Ademar falava.
- Acho que conheço ele. – e coçou a cabeça.
- Ah... você conhece todo mundo. Eu nunca vi homem pra conhecer mais gente do que você! – Paulo disse, tentando voltar a prestar atenção ao jogo.
- Quer saber? Vou lá ver se é quem eu estou pensando... – Ademar se levantou com certa dificuldade e foi descendo de encontro aos homens junto ao alambrado. Um deles, o mais velho, aparentava ter seus 60 anos, magro, quase calvo, olhava o jogo com tanta atenção que nem percebeu quando Ademar o chamou:
- Ei... Você não é... o... o... – nenhuma resposta, somente quando Ademar conseguiu tocar em seu ombro esquerdo foi que o homem respondeu:
- Que foi? – disse o homem virando rápido a cabeça em direção a Ademar.
- Não acredito... É você mesmo? – Ademar forçou um pouco a vista.
O homem respondeu, meio sem jeito pela abordagem nada discreta - É... Sou eu sim!
williamcassemiro@globo.com
Não perca o terceiro capítulo, neste domingo!
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