domingo, 25 de novembro de 2007
A Várzea - Capítulo 3
Na várzea
O homem respondeu, meio sem jeito pela abordagem nada discreta - É... Sou eu sim!
- 62... 63... Meia do... do... do Quinze? – Ademar perguntou e pôs as mãos sobre a cabeça.
- Eu mesmo, o tempo judia da gente... Mas sou eu. – o homem continuava desconfortável, Ademar tinha o “dom” de fazer com que as pessoas ficassem sem graça.
- Rapaz, judia dos outros... Você ainda tá bem. Esse é seu filho? – Ademar apontou para o rapaz que estava ao lado do homem.
- Bondade do amigo. Esse é o Jorge, meu vizinho. – respondeu o homem.
- Bondade nada. Ainda ontem eu tava falando aqui pro meu amigo Paulo... – Ademar se virou procurando pelo parceiro e ao ver Paulo na arquibancada, entretido com o jogo, não pensou duas vezes e gritou: - Paulo... Paulo... Corre aqui rapaz!
Paulo obedeceu ao amigo imediatamente, tanto que quase caiu da arquibancada para chegar mais rápido - Pô Ademar, esse time tá muito lento, que que foi? Você conhece mesmo? Eu não falei que você conhecia? – e Paulo sorriu batendo nas costas de Ademar.
- Mas como eu tava falando, ainda ontem eu contei pro meu amigo Paulo aqui: vi muito craque jogando na várzea...
- Falou mesmo. – confirmou Paulo.
- Então Paulo, esse aqui é aquele meia que eu te falei... – disse Ademar já quase abraçando o homem.
- Aquele do... – Paulo coçou a cabeça.
- É... aquele... aquele do Quinze... – Ademar fez um gesto com as mãos mostrando impaciência.
- Aquele? Nossa! Ele falou muito... O senhor é um craque!!! – a empolgação de Paulo irritou Ademar.
- Que muito nada... falei pouco... Que é assim, né? Se falar tudo o pessoal pensa que é mentira... num é? Olha moço, seu vizinho foi um craque, um craque moço!!! – Ademar começou também a se empolgar.
- É, ele me falou que jogava uma bolinha no fim de semana. – disse Jorge.
- É... é verdade, falei mesmo... – confirmou o homem.
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
A Várzea - Capítulo 2
williamcassemiro@globo.com
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
Conta, por W.Cassemiro
Esse é o seu espaço. William escreveu sua história e mandou para gente. Durante 5 capítulos, Will vai ter seu conto postado no Contos da Várzea.
Manda ver Will!
Por William Ferreira Cassemiro
36 anos, casado, pai de 2 filhas adolescentes. Formado em eletrônica e estudante de Letras na USP. Escrevo há pouco tempo e isso certamente foi influenciado pelas leituras, principalmente Hemingway, que sempre adorei. Feedback: williamcassemiro@globo.com
Na várzea
Toda manhã de domingo, com chuva ou sol, todos sabiam, principalmente os jogadores e técnicos, que aquela dupla estaria no mesmo lugar: o lado esquerdo da pequena arquibancada coberta do campo de várzea do bairro. Era um ritual: chegavam caminhando lentamente, pois Ademar e seu peso ideal não se viam há muito tempo, como ele gostava de dizer. Paulo era uns 30 anos e 50 quilos mais jovem. Passavam pelo bar, Ademar reclamava do cheiro do lixo e do banheiro com quem estivesse por perto, pegavam a primeira cerveja, os saquinhos de amendoins e subiam às arquibancadas. A amizade dos dois era algo intrigante. Pareciam, mas não eram, pai e filho. Não que Ademar fosse muito atencioso com Paulo: poucas foram as vezes que demonstrara algum apreço, não apenas pelo amigo, mas com qualquer pessoa. Alguns estranhavam como Ademar o tratava, como se estivesse falando com uma criança, mas mesmo assim, por menos delicado que ele fosse, os dois sempre estavam juntos: Ademar contando histórias e Paulo confirmando as opiniões do ranzinza. Os jogadores, além do amigo capacho, também sofriam. Qualquer falha era motivo de sobra para Ademar esbravejar, ninguém era poupado, ele sempre sabia como é que o jogador devia ter feito para resolver o lance da melhor forma, e sempre emendava:
- Hoje só tem pereba na várzea, que saudade dos anos 60! Ainda bem que tenho uma boa memória! Não esqueço nada Paulo, nada!!!
- É verdade, invejo sua memória! – confirmava o amigo.
Naquele domingo o ritual se repetiu, mas alguma coisa chamava a atenção de Ademar e ele não prestava atenção ao jogo. Alguns dos jogadores estranhavam a ausência de seus berros e olhavam para o cantinho da arquibancada, sempre que possível, para ver se ele estava mesmo lá. Paulo, como sempre um pouco lento de raciocínio, demorou a se dar conta de que seu amigo olhava constantemente para uma dupla que assistia ao jogo junto ao alambrado, uns 20 metros à direita de onde estavam.
- Paulo, – chamou Ademar coçando a cabeça – olha aquele cara ali.
- Que cara? O de azul?
- Não porra, aquele... – disse Ademar batendo com força a mão na coxa e apontando – aquele... junto com o outro...
domingo, 18 de novembro de 2007
A chapa esquenta no Capão!
Capão Redondo, meio-dia. O sol forte empresta tons amarelados a terra batida.
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
Árbitro leva "Voadora"
quarta-feira, 14 de novembro de 2007
Drible da vaca... ou na vaca?
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
Canto do Rio
Canto do Rio preparado para enfrentar juniores do São Paulo F.C.
Tradição do futebol de várzea sobrevive na Vila Olímpia
Fernando Petroni, Luiz Lima e Guilherme Assumpção
Grêmio Desportivo Canto do Rio, situado na Vila Olímpia, mantém a tradição do futebol de várzea e ajuda jovens de baixa renda que buscam oportunidade no concorrido mundo do esporte. O clube, fundado de 1 de janeiro de 1941, recebeu este nome em função de estar localizado entre o rio Pinheiros e um pequeno rio da região, hoje canalizado sob o campo principal do grêmio. Na época, quando perguntavam onde o clube ficava, muitos respondiam "no canto do rio", e a denominação acabou se oficializando.
O sexagenário Canto do Rio já foi um famoso time que teve seu tempo de glória nos anos 60 e 70, quando o futebol de várzea ainda tinha o seu encanto. A realidade hoje em dia, porém, é um pouco diferente. Construído em uma área pública, o clube sobrevive com uma renda anual de R$ 200 mil. Este capital vem do aluguel de um bar, do aluguel de uma quadra de futebol society e uma contribuição feita pelos sócios de R$ 20 por mês. Embora pareça muita, a renda não atende as necessidades do clube.
Leia na íntegra em:
http://www2.anhembi.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=21229&sid=1924
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
Domingo é dia de Várzea... na TV
O Canal Aberto (canal 9 NET) transmite Moita, do bairro de Pirituba (Zona Oeste), contra o Titânio, do pessoal do Campo Limpo (Zona Sul), às 17h30.
Isto é, Enquanto estiver acabando o futebol das 16h na Rede Globo, começa a várzea no Canal Aberto. Você não vai perder nenhum jogo, vale a pena conferir!
Moita (Pirituba) x Titânico (Campo Limpo)
Domingo, dia 11 - às 17h30
Canal Aberto (canal 9 - NET)
Fique ligado no seu blog varzeano para saber este e outros resultados do futebol amador.
Deixe seu resultado no comentário ou na comunidade Contos da Várzea no Orkut.
Falô aí!
quinta-feira, 8 de novembro de 2007
Chuá Chuá e Canarinho
"Desde cedo
Eu morava no interior(Bauru) comecei com o futebol lá, passei pelo Noroeste nas categorias do dente de leite e dentão, então vim para São Paulo pra trampar, foi aí que comecei a jogar na várzea.
Já nos meus 13 pra 14 anos já jogava um pouquinho quando deixavam no extinto 5 de maio (V.Esperança-Penha). Joguei lá por uns 5 anos, jogávamos aos sábados e, de domingo, eu jogava num time lá de Itaquera que não me recordo o nome.
Só que antes da maioridade, voltei pra Bauru e lá também atuei em 3 times: Fortaleza, XV da Santa Edwirges e num time formado por nós do trampo. Quando completei 28 anos (10 anos após) voltei pra São Paulo e não foi diferente. Mais já agora sem o extinto 5 de maio, eu jogo pelo Chua-Chua (http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=18424739 ) que são antigos integrantes do 5 de maio. Eles jogam de 15 em 15 dias aos sábados pela manhã, no período da tarde jogo em Santo André pelo N.Horizonte (ótimo time) e de domingo jogo no Canarinho (http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=33556546), outro time bom demais. Isso é na varzea né, pois de terça jogo campo (grama sintética na Z/N) quarta socyte, sexta salão... .
Ahh, ia me esquecendo! Quando o time Só Quem É marca jogo to dentro é la do Mandaqui...
Valeu galera"