Kaburé era o apelido de um jogador voluntarioso, mas pouco técnico. Corria como um curisco pelos campos alaranjados da zona sul de São Paulo. Sempre em alta velocidade, o ponta esquerda (sim. na várzea ainda existem os pontas.)fazia suas jogadas que invariavelmente causavam perigo ao time adversário. Kaburé fazia tudo com uma pressa espantosa e, que por vezes, culminava numa jogada digna de "piores momentos do futebol". Certa vez, jogo nervoso, placar em desvantagem, ele fez o inimáginavel. A bola viaja pelo ar, por toda a extensão do campo.
Quando a redonda aproximou-se o técnico recomendou efusivamente. "Coloca a bola no chão Kaburé". E Kaburé colocou sem nenhum um pingo de dúvida. Agarrou a bola firmemente com ambas as mão e colocou-a paradinha no solo de terra. O juiz parou o jogo com um apitar falho de quem quer gargalhar com o entendimento ao pé da letra do atacante. Os outros vinte e um jogadores gargalham unânimes, ao prantos. Kaburé não entendeu nada. O técnico Peo, menos ainda.
Isso é Contos da Várzea!
*Peo in memoriam (Que esteja em paz)
Um comentário:
Imagine se Kaburé segurar a bola do Zé do Efeito! É capaz que quando ele colocar a redonda no chão, levar uma rasteira quando ela voltar sozinha.
Grande texto!
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