segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Um TCC de raiz varzeana

Dizem que o bom filho à casa torna. Pois então, na quinta-feira passada, dia 23/09 estive na UNISA (Universidade Santo Amaro), onde me formei jornalista em 2007. Eu e meus inseparáveis companheiros Diego Viñas, Rafael Dantas e Tony Marlon fomos convidados a participar do programa Informe-se para falar do nosso glorioso TCC – O documentário Contos da Várzea, que deu origem a esse blog e que nesse ano de 2010 venceu o 1º Festival de Cinema da Várzea, evento promovido pelo NCA (Núcleo de Comunicação Alternativa) com apoio do Ministério da Cultura. Foi absolutamente especial reviver aquele ambiente que vivenciamos intensamente durante quatro “duros” mais deliciosos anos de nossas vidas. Foi extremamente emocionante ver novamente cada corredor, cada funcionário, cada sala, cada estúdio e saber que ali demos os primeiros passos e iniciamos a trajetória profissional que seguiremos para o resto da vida. Na nostalgia da lembrança permanecem os momentos mais difíceis. Momentos de cansaço, de estresse acumulado e de uma série de incertezas. Quem já trabalhou e estudou ao mesmo tempo e com pouco dinheiro sabe exatamente do que estou falando. Mas não dá para reclamar. Duros ou não, foram anos dourados, mágicos, eternos. Saber que fizemos de nosso TCC um grande legado em nossas carreiras também nos enobrece demais. Foi realmente um dia especial e eu não poderia deixar de registrar aqui, onde tudo começou.

Obrigado a você que nos lê e que faz parte da nata varzeana.

Obrigado a você que alimenta esta paixão sem precedentes chamada várzea.

É nóis!


domingo, 26 de setembro de 2010

Várzea é, ainda, celeiro de craques

Salve amigos do terrão!

Estou acompanhando a molecada da Copa Coca-Cola. É uma competição bem louca que reúne meninos de 13 a 14 anos em toda capital paulista. O terreno é a várzea, claro!

Fotos: Diego Viñas
Equipe do Anhanguera, Santo Amaro, Zona Sul

Conversei com Adrian (e não Adrien, como creditei no vídeo. Errei, foi mal), 13 anos, um meia esquerda que promete no futebol brasileiro. Pelo menos, assim todos esperam. E qual é o sonho dele? Você já sabe né? Sim, ser jogador de futebol.
Cobrança de falta para a equipe do Consideração Futebol e Samba, Campo Grande, Zona Sul

O menino tem jeito pra coisa. Joga bem, é focado e ainda diz que prefere várzea do que escolinha de futebol.

Ele foi tema da minha coluna no Jornal MAIS deste sábado (25 de setembro de 2010).

O mais legal, é que essa Copa Coca-Cola está promovendo grandes jogos e alimentando o sonho dessa garotada.

Dá gosto de ver o pessoal jogar viu!




E aí embaixo é o vídeo que gravei com o Adrian. Dá uma 'zoiada'!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Sub-versão - clipe varzeano

Salve rapaziada....
Pra quem não conhece, essa é a rapaziada do grupo de ROCK Sub-Versão. Se liga na moral que os caras dão pra várzea. Muito louco hein! Sinal que várzea não é só samba ou rap hein!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Olha eu aí

Salve amigos de lo terrón!

Nesta semana, tive a honra de bater um papo com duas queridas amigas, estudantes de jornalismo da Faculdade Metodista, que foram até a redação do diário MAIS.

Mayara (que também trabalha comigo no jornal) e Jéssica se aventuram na mesma loucura boa que cometi há cerca de 4 anos: fazer um TCC sobre futebol de várzea.

A conversa foi muito legal. Tive a chance de resgatar várias histórias e de lembrar muita coisa que ouço por aí nesses anos de repórter de tênis sujo de barro.

Se liga nesse pequeno trecho dos mais de 20 minutos que foram de papo.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Se liga: festa DoLadoDeCá e Vila Fundão

Salve rapaziada do terrão. Repasso a divulgação da querida Tati Ivanovici e reforço o convite a todos participarem do lançamento do site DoLadoDeCá lá com o pessoal do Vila Fundão, Capão Redondo, Zona Sul de Sampa.

Salve Vaguinho e Kanu!



ANOTA AE: No próximo domingo vai rolar o lançamento oficial do DoLadoDeCá na Sede da comunidade Vila Fundão, localizada no Capão Redondo, ZS de São Paulo, partir de 15h na
R. Glenn, s/n, travessa da Av. Sabin, próximo ao Metrô Capão.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Salve pessoal,

Eu prometi, mas sei que demorou. Ta aí o vídeo que gravei com os parceiros Orêia e Fumaça, lá no Campo do Palmeirinha, em Paraisópolis, Zona Sul ou Oeste (nunca sei) de Sampa.

Você sabe que eles fazem um duelo anual entre torcedores to Timão e do Tricolor? Não? Então dá uma zoiada no vídeo que eles explicam como funciona essa parada.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Massagista no terrão é...

Texto: Arthur Tirone Doutor Zé (o todo de branco, primeiro em pé da esquerda para a direita, na foto aí de cima) seria apenas mais um José não fosse seu inexplicável relacionamento com a água; dizia ser a água o único remédio capaz de curar qualquer tipo de mazela, de olho de peixe à espinhela caída. Começou jovem como massagista do Anhanguera (time da Barra Funda, Zona Oeste de Sampa). Numa das primeiras partidas em que estava no banco, um jogador chamado Pardal sofreu uma fortíssima torção de joelho, e demoraria tempos para ficar bom. Mas voltou a jogar em uma semana após o Zé ter-lhe feito uma massagem esfregando apenas água no combalido joelho. Zé, um analfabeto, passou então a ser chamado de “Doutor Zé”. Sua massagem milagreira curou, por completo e instantaneamente, várias torções, algumas luxações, um ou outro problema muscular e - há que jure - uma fratura exposta; tudo à base, pura e simplesmente, de H2O.

Fotos: Diego Viñas
Arthur é o de vermelho, o quarto de pé da esquerda para a direira (ou da direita para a esquerda rs)

Após se espalhar pelo bairro a notícia do primeiro milagre, o “Caso Pardal”, o Zé, já devidamente apelidado de Dr. Zé, aderiu à alcunha e assumiu por completo a profissão que, se não angariou em bancos universitários, afirmava, por obra do Homem, ter se formado antes mesmo de nascer. Passou então a freqüentar os jogos do Anhanguera todo de branco, dos pés à cabeça. À tiracolo levava sua maleta de primeiros socorros que continha vários frascos de água e um vidrinho com água benta para os casos mais graves. Coincidência ou não, foi a época que o sport do Anhanguera ficou mais tempo invicto (quatro anos); os jogadores não tinham receio de botar o pé, a perna e até mesmo a cabeça em qualquer dividida!

Acreditava-se que Zé incorporava o espírito de um médico morto na Primeira Guerra Mundial, que morreu afogado - daí a óbvia intimidade com a água. Passou a ser muito requisitado pela população e bateu a famosa Dona Marcina em número de benzeduras. A pedidos, abençoava a água alheia e, por causa disso, foi o maior inimigo do Padre Luis, que ficou por cinco décadas a fio à frente da Igreja de Santo Antonio.

Esses são alguns dos troféus na sede do Anhanguera. Ali tem taça da década de 30

Passou, então, a diagnosticar doenças, adivinhar a previsão do tempo e os números da loteria, tudo isso sem sucesso algum. Dr. Zé jamais deixou de ser massagista do Anhanguera e morreu tempos depois vítima de um câncer que nem sua água benta conseguiu curar.


* Texto reelaborado para coluna Contos da Várzea do Jornal MAIS