Gladiador na área!
Salve rapaziada do terrão!
Hoje é dia da coluna “Quem Conta um Conto...”
Polêmico dentro e fora de campo, o atacante Kleber (Cruzeiro), vulgo Gladiador, herdou o jeito viril, a raça e a malandragem de jogar bola nos campos de terra em Osasco - SP. Odiado por uns e amados por outros, assim é Kleber Gladiador, um atleta que não tem medo de cara feia e costuma dar opiniões contundentes. Mesmo não sendo um jogador de técnica refinada, uma coisa é certa: ele sua a camisa das equipes que defende. Talvez seja por isso que as torcidas do Palmeiras e Cruzeiro o idolatram tanto. Acompanhe mais esse bate-papo com o boleiro cruzeirense:
Contos - Onde e em qual período você jogou na várzea paulistana?
Kleber – Eu joguei em Osasco (um dos 39 municípios da Grande São Paulo), numa escolinha de futebol chamada SENO, cerca de 10 anos da minha vida. Foi bacana, uma experiência bem legal.
Contos - Atualmente, alguns campos da várzea estão ganhando grama sintética, como você analisa essa mudança?Kleber – Acho legal. Lógico que tira um pouco o charme dos campos de terra, mas fica mais bonito. Anima e incentiva um pouco o pessoal que joga, pois alguns atletas reclamam pelo fato de ser terrão. Reclamam de dores no joelho e que alguns campos são meio duros. Mas é bacana sim.
Contos - Você acha que isso pode prejudicar, roubando a imagem da várzea, ou só tem a melhorar?
Kleber – Como eu disse anteriormente, o charme será perdido. No entanto, é uma nova tendência e, talvez, chame a atenção das pessoas à prática do esporte.
Foto arquivo SENO
Kleber recebendo trofeu de artilheiro no Chile, em 1994
Contos - O que você mais recorda de jogar na várzea?
Kleber - Ficava sem comer por várias horas ou comia um pastel antes de ir pro jogo. Não tinha esse negócio de alimentação. Não respeitávamos muito o treinador. Cada um por si. Rolava muita briga nos jogos da várzea, que é normal. A experiência é muito bacana, eu me divertia bastante.
Contos - Quais as coisas que você absorveu da várzea e que te ajudaram quando chegou ao futebol profissional?
Kleber – Acho que a gente fica mais malandro jogando na várzea. Aprende a se proteger, a entrar forte numa dividida, porque o pessoal está ali por prazer e acaba chegando mais duro. Essa foi a experiência que eu trouxe para o profissiona.
Foto arquivo SENO
Dois craques em destaque no campo do SENO: Kleber e Cristiane, atacante do Santos e seleção brasileira